sábado, 12 de maio de 2012

A Princesa Valente

A princesa valente







A princesa valente

Uma história de desencantar














Último Capítulo










E o príncipe valente, vencendo o último monstro, libertou a princesa e regressaram ao Castelo, onde casaram e viveram felizes para sempre.











FIM











Epílogo




viveram felizes para sempre, UMA GRANDECÍSSIMA OVA!, PENSOU A PRINCESA, quando se fartou, finalmente, das  constantes saídas do príncipe. Aquela sua carreira de Salvador estava a dar cabo do casamento deles.
Estava farta.
Aquilo eram monstros, monstrinhos e monstrecos, que apareciam de tudo o que era lado.
E a vida sexual deles, quem a salvava? Perguntava-se ela, que desesperava por um filho.
Desanimada, desforrava-se em grandes Farras com as amigas. As bebedeiras eram TANTAS que a sorte dela era o CAVALO saber o caminho para o castelo.
-ENGANA-O! – dizia uma amiga, doutorada no assunto. O marido tinha um par de cornos de tal tamanho, que podia ser usados como bengaleiro.
Mas ela, apesar da distância, tinha apenas uma certeza: AMAVA-O.
E assim passava os seus dias, triste e desconsolada. Sabendo do seu estado, não eram poucos os oportunistas que tentavam a sua sorte. A todos ela dizia a mesma coisa: “Vão ter com a minha amiga, com ela terão melhor sorte. Eu, só penso no meu príncipe.”

Teve então uma ideia .
Não sabia como é que ainda não tinha pensado nisso. Ela era, de certo, princesa para isso e para muito mais. Procurou um soldado de confiança, coisa rara, nos dias que corriam - mas ele tinha sido amigo dela, e, muito embora a princesa fosse a mulher mais bela do reino, nunca trairia a sua amizade, por muito que, secretamente, a amasse.

“Ensina-me a ser valente”, pediu a princesa.

O soldado olhou-a com o seu único olho, e disse: “Mas já sois valente, minha princesa. A mulher mais valente do reino.”

“Então, ensina-me a ser valente como um homem, porque a minha valentia de mulher não me leva a lado nenhum.”, disse ela.       

O soldado, vendo que a vontade dela era grande, começou a treiná-la nas artes da guerra, a manejar a espada, a lança e a besta. E, se no princípio a princesa andava ali às aranhas, sempre a cair e a falhar, rapidamente começou a andar aos leões. A mestria dela era tanta, que 
o soldado já
não conseguia
ganhar-lhe.
Aconteceu que, a pedido da princesa, eles treinavam numa gruta perto do castelo. Os lavradores ouviam os barulhos dos gritos que vinham da montanha, e convenceram-se de que havia um monstro a habitar nela.
Com medo de assustar a princesa, falaram com o alcaide, que mandou secretamente chamar o príncipe, porque não queria, também ele, alarmar a princesa.
O príncipe chegou, alguns dias depois, secretamente, porque também ele não queria alertar a princesa. Nem o monstro.



A
peou-se junto da entrada da caverna, tirou a sua melhor espada e o escudo do alforge, e seguiu pelo carreiro que conhecia desde criança. Começou a ouvir os gritos do monstro que, ao contrário dos outros homens, que ficavam paralisados de medo ao ouvir semelhante grito, ainda lhe deu mais vontade de entrar.

Descobriu, rapidamente, a origem dos gritos, que ele conhecia perfeitamente das noites com a sua princesa. Encontrou-a vendada, a lutar com um dos seus soldados de confiança. Fez-lhe um sinal para manter silêncio, e trocaram de posições, passando a ser o príncipe a lutar com a princesa. O soldado, para que ela não estranhasse, continuava a dar recomendações, e ela, embora estranhando a alteração na forma do seu professor lutar, continuava a dar os seus gritos.
  
“Achas que o meu príncipe vai ficar orgulhoso de mim?”, perguntou ela, parando de lutar, arfando, toda suada, mas sem tirar a venda.

“O teu príncipe já está orgulhoso de ti”, disse o príncipe, enquanto lhe tirava a venda dos olhos.


O príncipe reconheceu a sua falha, e a mulher passou a acompanhá-lo nas suas aventuras, até que nasceu o primeiro de muitos monstros. Digo, filhos.
Com quem eles lutaram muito. Digo, amaram.

E foram realmente felizes para sempre.








AGORA, sim, É o FIM.